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Educação de infância: regras e limites

É muito comum na terapia encontrar famílias que vão a consultas porque a situação familiar com os seus filhos os sobrecarrega, perturba-os e sentem-se incapazes de os obrigar a seguir uma série de regras que são frequentemente quebradas, levando a uma situação descontrolada.

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Criar uma criança não é fácil, pelo que a educação de infância em casa e na escola é muito importante para evitar birras e conflitos infantis na família. Hoje vamos falar sobre o estabelecimento de regras e limites para os seus filhos, essenciais para uma vida familiar harmoniosa e pacífica.

A importância das regras e limites na educação infantil

A convivência em sociedade torna essencial a aceitação de uma série de regras para isto ser possível. As normas não são mais do que regras aprovadas em conjunto pelos membros de uma comunidade para o bom funcionamento dessa mesma comunidade.

O desenvolvimento infantil e a educação de infância precoce não devem ser abordados como fragmentações de idade não relacionadas com todo o ciclo de vida. Tudo o que é feito ou não feito nos primeiros anos de vida de uma pessoa tem repercussões ao longo da sua vida.

O desenvolvimento integrado da criança é entendido como um processo interativo de maturação resultante de uma progressão ordenada do desenvolvimento de competências perceptivas, motoras, cognitivas, linguísticas, sócio-emocionais e de auto-controlo.

Valores a atingir na educação da primeira infância

Educar os nossos filhos em valores, estrutura a sua personalidade e ajuda-os a agir da forma correcta, a viver em sociedade e a serem apreciados e valorizados por outros.

Aqui estão 10 valores fundamentais para uma boa educação de infância:

  • Comportar-se de forma aberta e empática.
  • Respeitar as regras e obedecê-las.
  • Comportar-se de forma responsável, empenhar-se numa tarefa e mostrar trabalho árduo.
  • Expressar-se sinceramente.
  • Adotar uma atitude cordial e amistosa.
  • Ser paciente e esperar a nossa vez.
  •  Ser arrumado.
  • Perseverar nos nossos esforços.
  • Ter consciência do nosso próprio valor.
  • Ter boa auto-estima.

Como estabelecer regras e limites na educação infantil

Normalmente, estabelecemos regras e limites em casa através de rotinas que são internalizadas naturalmente: não perturbar os outros, não insultar, falar respeitosamente, lavar as mãos antes de comer, lavar os dentes depois do jantar, arrumar o quarto após brincar ou fazer a cama diariamente são regras estabelecidas sem a necessidade de uma orientação direta.

 No entanto, quando as crianças envelhecem, as regras e limites precisam de ser estabelecidos de forma clara e compreensível. Para estabelecer uma regra, temos de ter isso em conta:

  • Deve ser realista, não podemos exigir coisas impossíveis.
  • Tem de ser claro, temos de ser compreendidos.
  • Deve ser despersonalizada, não julgamos a pessoa, mas o acto ou comportamento.

Gestão de conflitos através da educação das crianças

Tal como os adultos, as crianças também enfrentam conflitos e precisam de ser ajudadas a geri-los. Devemos estar conscientes de que, em muitas ocasiões, o problema não reside no conflito, mas na falta de regras e instrumentos para gerir a resolução de conflitos, o que pode limitar o desenvolvimento de competências sociais e mesmo cognitivas.

A resolução de conflitos é geralmente baseada num processo de mediação e empatia, mas também podem ser destacados outros passos para ajudar a resolver conflitos. Estes incluem:

  • Identificar o conflito: é importante que as crianças identifiquem o problema que causou o conflito e sejam capazes de o expressar.
  • Reconhecer as emoções: é vital que reconheçam as suas emoções e as identifiquem de modo a poderem resolver o conflito. É bom gerar uma série de perguntas em que a criança possa expressar como se sente, o que a faz sentir dessa forma ou porque reage da forma como reage.
  • Gerar soluções: criatividade e colaboração são a chave para gerar soluções. É importante que sejam feitas perguntas às crianças que lhes permitam encontrar possíveis soluções, por exemplo: O que posso fazer para ajudar? O que fariam as outras crianças nessa situação?
  •  Avaliar e testar cada solução: quando há um processo de avaliação das soluções propostas, as crianças sentem-se ouvidas. Este processo permite-lhes avaliar cada uma das propostas, com base nas vantagens e desvantagens de cada opção.
  • Recordar os passos: deve ser aproveitada a oportunidade para recordar os passos das técnicas de resolução de conflitos. Desta forma, torna-se um hábito diário.
  • Avaliar o que aconteceu: reforçar os sentimentos positivos ajudarão a manter o controlo emocional face a futuros conflitos.

As técnicas mais frequentemente utilizadas para a resolução de conflitos são o diálogo, a cooperação e a empatia. Além disso, pode haver alguns cenários que favorecem um ambiente ideal para fornecer soluções. Por conseguinte, devem ser tidas em conta as seguintes dicas:

  • Relaxar: É importante que as crianças estejam calmas face a qualquer conflito. Nenhuma solução coerente surgirá enquanto eles estiverem perturbados ou emocionalmente frágeis.
  • Saber como pedir desculpa: incentivar as crianças a pedir desculpa, dependendo da situação, ajudará a reparar as relações com os outros e abrirá a porta ao diálogo e a possíveis soluções.
  • Reforçar a empatia: quando as crianças são capazes de se colocarem no lugar da outra pessoa, a resolução de conflitos virá mais rápida e eficazmente.
  •  Os adultos podem servir de modelos a seguir: as crianças aprendem definitivamente mais com o exemplo (imitação) do que com as palavras. Se virem pelos seus pais ou professores que existem diferentes formas de lidar com os problemas, tentarão imitar e, claro, isto ajudará a resolver quaisquer problemas entre as crianças.

Ana Silva

Ana Silva é uma escritora multifacetada, especializada em escrever sobre maternidade, saúde, beleza e decoração. Ela tem paixão por ajudar novas mães a navegar pelas alegrias e desafios da maternidade. Além disso, também é designer de interiores profissional e o seu amor pelo design reflete-se na sua escrita sobre decoração de casa e projetos de bricolage.

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