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Neste artigo vamos contar-lhe tudo o que precisa de saber sobre a diástase abdominal, esta separação dos músculos retos abdominais. O que é exatamente, por que ocorre, quais são os sintomas e como pode ser tratado.
O que é a diástase abdominal?
Diástase abdominal, também conhecida como diástase dos músculos retos abdominais (DMRA), é uma alteração da parede abdominal que ocorre quando os músculos retos abdominais, que são os músculos que formam as duas filas verticais centrais do abdómen, se separam ao nível da linha alba. Esta linha alba é a linha média do corpo formada por uma rede de tecido conjuntivo. O papel dos músculos retos abdominiais consiste em ajudar-nos a ficar em pé, a dobrar o tronco para a frente, a manter as vísceras no seu lugar e também contribuir para a respiração.
Esta separação dos músculos retos abdominais deve-se à distensão ou ruptura da fáscia (tecido conjuntivo) que envolve e une os músculos abdominais. É por esta razão que o abdómen perde a sua rigidez, fazendo com que a área central da parede abdominal fique mais debilitada. Em geral, uma separação de 2,5 cm já é considerada uma diástase abdominal.
Uma das causas mais comuns de diástase abdominal é a gravidez, o parto, o exercício ou esforço repetido ou incorreto que tenha incidência sobre a zona abdominal, o excesso de peso (por uma excessiva distensão destes músculos), após cirurgia da parede abdominal ou o trauma nesta área. Todas estas situações podem causar uma separação excessiva dos músculos retos abdominais, gerando esta diástase abdominal.
Tipos de diástase abdominal
Existem dois tipos de diástase abdominal. Estes tipos são os seguintes:
- Funcional: quando há uma separação do reto abdominal devido ao estiramento excessivo da membrana conjuntiva que os une. Neste caso, não existe nenhuma ruptura, mas sim um afinamento do tecido.
- Anatómica: quando a separação é muito maior, e há uma ruptura da membrana que pode levar a hérnias das vísceras e dos intestinos.
Diástases abdominais: sintomas comuns
A diástase abdominal não é dolorosa. Pode aparecer uma saliência (caroço) na linha média abdominal, em geral acima do umbigo, quando está em pé, quando flexiona o abdómen, levanta algum peso, agacha ou tosse. Esta protuberância desaparece quando se deita.
Outro dos sintomas da diástase abdominal pode ser excesso de flacidez na barriga; debilidade abdominal; dificuldade em levantar objetos ou caminhar; dor na zona lombar, pélvis ou ancas; incontinência urinária durante o esforço; dor durante o contato íntimo.
Exercícios e formas para aliviar a diástase abdominal
Para além de ser um problema estético, a diástase abdominal pode trazer consequências funcionais, mas a fisioterapia e os exercícios podem ajudar a resolvê-lo. A seguir, apresentamos as melhores formas de aliviar a diástase abdominal e os exercícios recomendados por especialistas para melhorar este problema.
Para o tratamento da diástase abdominal é necessária a orientação de um médico. O tratamento pode ser realizado com exercícios ou, em alguns casos mais comprometidos, a realização de uma cirurgia. Recomenda-se, principalmente, quando a distância é superior a 5 cm e os exercícios não têm sido eficazes. Não obstante, no caso de diástase com menos de 5 cm, se o paciente for tratado diariamente, é possível observar uma redução da diástase abdominal no prazo de 2 a 3 meses.
Exercícios
Os exercícios para a diástase abdominal devem ser realizados sob a supervisão de um fisioterapeuta e são normalmente recomendados para reduzir a distância dos músculos abdominais e fortalecer os músculos que proporcionam estabilidade à zona abdominal.
Nos casos de mulheres que tiveram este inconveniente devido a gravidez ou parto, estes exercícios podem normalmente ser iniciados cerca de 6 a 8 semanas após o parto. Os exercícios clínicos de pilates e hipopressivos, por exemplo, só podem ser indicados após avaliação e alta médica.
Estes tipos de exercícios são os mais adequados porque contraem o abdómen transverso e as fibras inferiores do reto abdominal, fortalecendo-os, sem produzir uma pressão excessiva sobre o reto abdominal. Por outro lado, devem ser evitados exercícios como agachamentos, tábuas ou flexões, pois podem agravar a distensão muscular abdominal.
Fisioterapia
A fisioterapia deve ser prescrita por um médico e realizada sob a supervisão de um fisioterapeuta. Consiste em exercícios de alongamento e fortalecimento do reto abdominal, dos músculos lombares e do pavimento pélvico.
O fisioterapeuta escolherá o tratamento mais apropriado para cada paciente. Poderá, também, ser indicado equipamento como a estimulação elétrica funcional (FES), que fomenta a contração muscular e fortalece o reto abdominal.
Cirurgia
Geralmente, o médico indica a cirurgia para a diástase abdominal quando, como mencionado acima, os exercícios ou fisioterapia não foram eficazes para reduzir a separação dos músculos ou quando a separação dos músculos retos abdominais é superior a 5 cm. Também, na presença de incontinência urinária de esforço, sintomas como dores lombares, ou por razões estéticas.
Este tipo de cirurgia implica a aproximação e costura dos músculos retos abdominais, e pode ser realizada de forma convencional ou laparoscópica.
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