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Todos nós já sentimos ciúmes numa altura ou noutra. É normal senti-lo e é algo que faz parte da existência. No entanto, não é um sentimento muito bem-vindo para todas as pessoas, especialmente no caso de casais, os que mais sofrem com este sentimento desagradável.
Considerado durante décadas como uma manifestação apaixonada de amor, o ciúme nada mais é do que a prova de que certas dores e ausências não foram devidamente fechadas e estão agora a cobrar-nos o seu preço.
O ciúme surge em muitas relações por uma variedade de razões, mas como pode ser tratado? Siga as nossas dicas para melhorar este sentimento com o seu casal.
Síntomas de ciúmes
Temos de descobrir a tempo que tipo de sentimento afeta as nossas relações pessoais, de trabalho e familiares. Em caso de ciúmes, é bastante complexo. Os ciúmes aparecem subitamente, por exemplo, quando sentimos que a pessoa que amamos se afasta de nós devido a outra pessoa; quando o nosso melhor amigo está mais interessado numa nova amizade do que na nossa, entre outras situações.
Esse sentimento surge quando nos damos conta de que algo que sempre consideramos como nosso nos é retirado. Os ciúmes podem desencadear uma série de reações inesperadas. Estas levam frequentemente as pessoas a experimentarem emoções desconhecidas. A seguir descreveremos algumas delas para descobrir exatamente o que são:
- Emocionalmente: pode desencadear tristeza, sentimentos de raiva, insegurança, impotência, ansiedade e medo.
- Reação cognitiva: pode suscitar dúvidas, pensamentos frequentes de vingança, obsessão pela infidelidade, ressentimento para com todas as pessoas, mesmo aquelas que nada têm a ver com o problema.
- Resposta fisiológica: há um aumento considerável na frequência respiratória, bem como na temperatura corporal, um ritmo cardíaco mais rápido e um aumento da ansiedade e sentimentos de raiva.
- Mudanças comportamentais: há comportamentos repetitivos em que o parceiro tenta controlar o parceiro. Isto pode ser um problema grave.
Como controlar os ciúmes: dicas para lidar com eles
O ciúme não é uma coisa má, pois é natural e muito humano ter medo de perder o seu ente querido. O problema surge quando a situação passa de ocasional a constante e nós desconfiamos sempre do nosso parceiro. Isto pode tornar-se verdadeiramente destrutivo. Em vez de fazer bem à nossa relação, pode virar-se contra nós.
A desconfiança que mostra ao seu parceiro pode transformar-se em algo sério e muito real, portanto, quando não é possível controlar os ciúmes, precisamos de assistência psicológica profissional para lidar com o problema que está por detrás do ecrã dos ciúmes.
Antes de começar a implementar estratégias para aprender a controlar os ciúmes, é preciso admitir que se tem um problema. Iniciar a sua jornada de cura psicológica e emocional sob o pressuposto de que o seu parceiro é responsável pelo seu ciúme devido a comportamentos que o encorajam é um erro que só lhe fará perder tempo enquanto caminhar em círculos em direção a uma melhoria que não virá. O que também deve saber é que o problema que tem não é culpa sua, no entanto, é da sua responsabilidade encontrar as estratégias ou tratamentos adequados para resolver o problema.
Após reconhecer a sua responsabilidade na questão de como controlar os ciúmes, vejamos as estratégias que o ajudarão a fazê-lo:
- Trabalhar a sua autoestima: uma das causas mais frequentes de ciúmes é a baixa autoestima. A forma de controlar os ciúmes através da construção da sua autoestima é parar e tomar consciência de tudo o que conseguiu por si próprio e por todas as pessoas que o apoiam porque o amam. Pense na sua família, nos seus amigos e nas suas realizações. Se os tem, é porque os merece.
- Confrontar o seu medo da perda: outra razão pela qual sentimos ciúmes é o medo do abandono. Temos tanto medo de estar sozinhos que nos parece que ter ciúmes é normal, porque não queremos perder a pessoa com quem estamos. É, portanto, muito benéfico trabalhar sobre este medo e considerar que uma rutura é sempre uma possibilidade. Não podemos controlar o que a outra pessoa decide fazer com a sua vida, mesmo que isso nos prejudique. O que podemos gerir são as nossas emoções.
- Trabalhar sobre a igualdade no casal: um parceiro não é um objeto da nossa posse com o qual possamos fazer o que quisermos e que possamos controlar. Quando temos um parceiro comprometemo-nos com outra pessoa a partilhar a vida e o amor, mas não abrimos a porta ao controlo e ao poder. O nosso parceiro não é nosso. E não pertence ao seu parceiro. Vocês são dois seres livres e independentes e devem respeitar-se mutuamente como tal.
- Afastar-se das falsas crenças sobre infidelidade: por vezes a sociedade faz-nos acreditar em ideias absurdas e ultrapassadas sobre a infidelidade dos casais. Assim, é impossível que os casais durem muitos anos sem serem infiéis. Ou que a amizade entre um homem e uma mulher não existe. Isto não é verdade. Os casais baseados no respeito e na confiança afastam-se destas falsas crenças que não têm fundamento na realidade.
- Confiar 100% no seu parceiro: Sim, é a pessoa com quem escolheu estar e merece toda a sua confiança. Ponha a sua mão no fogo pelo seu parceiro e confie nele(a). Fique longe da desconfiança, pois só irá destruir pouco a pouco a base da sua relação. Lembre-se que o ciúme patológico só destrói, não constrói nada de bom entre vocês.
- Controlar os seus ciúmes com a ajuda de um profissional: quando o ciúme se torna uma força que nos domina e nos leva a realizar ações que nunca faríamos se não fossemos governados pela sua fúria desenfreada, é tempo de pensar na terapia psicológica profissional.
É possível acabar com os ciúmes. Sem ciúmes, pode começar a construir uma relação feliz na qual ambos se sintam verdadeiramente livres para serem quem realmente são, descontrolados e cheios de amor.
António Rodrigues
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